24 de março de 2011

O senso comum é o conhecimento


O senso comum é o conhecimento recebido por tradição e que ajuda a nos situarmos no cotidiano, para compreendê-lo e agir sobre ele.


A ciência se distingue do senso comum porque as suas conclusões se baseiam em investigações sistemáticas, empiricamente fundamentadas pelo controle dos fatos.

As explicações da ciência, por serem sistemáticas e controláveis pela experiência, podem chegar a conclusões gerais.

As ciências são também gerais no sentido de que as conclusões não valem apenas para os casos estudados, e sim para todos os que a eles se assemelham. Ex: “a cor de um objeto depende da luz que ele reflete”.

O mundo construído pela ciência aspira à objetividade, as conclusões podem ser verificadas e a racionalidade da ciência procura despojar-se do emotivo.

“A ciência explica o mundo, mas se recusa a habitá-lo” (Merleau-Ponty).

Para ser precisa e objetiva, a ciência dispõe de uma linguagem rigorosa cujos conceitos são definidos de modo a evitar ambigüidades.

O conhecimento científico é uma conquista recente da humanidade, “surgiu”no século XVII com a revolução provocada por Galileu.

A ciência moderna nasce ao determinar seu objeto específico de investigação e ao criar um método confiável pelo qual será feito o controle desse conhecimento.

Não convém imaginar o método científico como um conjunto de regras fixas e mecânicas que garantem ao cientista alcançar resultados seguros a qualquer custo.

A ciência está em constante evolução, e suas verdades são sempre provisórias.

A ciência era pra se caracterizar com a imparcialidade, autonomia e neutralidade.

O poder da ciência é ambíguo, porque pode estar a serviço do florescimento da humanidade ou apenas de uma parte dela.

Os valores morais e sociais influenciam de tal forma as escolhas das pesquisas, ao privilegiar umas em detrimento de outras, que se torna impossível considerar a ciência neutra.

Podemos nos perguntar até que ponto a ciência efetivamente se presta a servir a valores alternativos, que visem a garantir a estabilidade social e ecológica.

A ciência se encontra envolvida na moral e na política e o cientista tem uma responsabilidade da qual não pode abdicar.

A ciência e tecnologia, mesmo que sejam expressões de racionalidade, podem produzir contraditoriamente efeitos irracionais, perversos, já que a razão pode ser posta a serviço da destruição da natureza, da alienação humana, da dominação ou do desprezo pelo sofrimento de grande parte da população.

A filosofia tem compromisso com a investigação dos fins e prioridades a que a ciência se propõe, e com análise das condições em que se realizam as pesquisas e das conseqüências das técnicas utilizadas.
fonte: Jarbas muvucado

O que faz um Filosofo

É a prática de análise, reflexão e crítica na busca do conhecimento do mundo e do homem.




Perfil Profissional



O filósofo dedica-se a investigar e a questionar com profundidade e rigor metodológico e essência e a natureza do Universo, do homem e de fatos. Estuda as grandes correntes do pensamento e a obra dos filósofos. Faz reflexões sobre questões éticas, políticas, metafísicas e epistemológicas, além de buscar compreensão teórica de conceitos, como os de espaço, tempo, verdade, consciência e existência.



Desenvolve pesquisa, dá aulas e presta consultoria para instituições científicas, artísticas e culturais. Também está habilitado a implantar projetos educacionais em escolas e empresas.



O que você pode fazer



Analisar e julgar obras artísticas e literárias, escrevendo artigos para jornais, revistas e outros meios. Analisar a sociedade em questões éticas, políticas e epistemológicas.



Lecionar em escolas de ensino médio, com licenciatura. Para o ensino superior, é preciso ter pós-graduação.



Desenvolver estudos acadêmicos sobre diversos temas nas áreas de lógica, filosofia da ciência, ética, estética, filosofia da arte ou da política, entre outros.



Mercado de Trabalho



O mercado de trabalho para esse profissional é promissor. Com o interesse do público leigo por cursos livres de filosofia e áreas afins, aumenta a demanda pelo profissional em centros culturais de grandes metrópoles, como a Casa do Saber, de São Paulo, e o Sophia +, de Brasília. Eles são encarregados de organizar e ministrar cursos. Apesar desse nicho em ascensão, a maior parte dos formados ainda atua como professor em faculdades e escolas de ensino médio e fundamental. Há vagas em escolas particulares, principalmente das regiões Sul e Sudeste, e também nas redes municipais do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais, onde filosofia é disciplina obrigatória nas escolas do ensino médio. Em São Paulo, as ofertas de trabalho com maior remuneração estão nas faculdades particulares, para dar aulas em cursos como Administração, Direito, Ciências Sociais, Jornalismo, Medicina e outros.



Há vagas ainda em alguns órgãos públicos, ONGs voltadas para a área social e complexos hospitalares para atuar geralmente como consultor ético. As empresas de recursos humanos ou com investimento em projetos culturais costumam contratar filósofos para dar consultoria em equipe.

12 de março de 2011

O conceito de Filosofia


A palavra Filosofia é composta de duas outras palavras de origem grega: Filos, que significa amor, amizade, e Sofia, que traduzimos como sabedoria ou conhecimento. É a Pitágoras de Samos (571 a.C. – 496 a.C.) que se atribui a invenção da palavra. Este, quando solicitado por um rei a demonstrar seu saber, disse-lhe que não era sábio, mas Filósofo, ou seja, amigo da sabedoria.
Ainda na Grécia Antiga, e tentando definir melhor o sentido da Filosofia, Platão (428 a.C. – 347 a.C.) mostra que o amor (Filos) é carência, desejo de algo que não se tem. Logo, a Filosofia é carência, mas também recursos para buscar o que se precisa, e o filósofo não é aquele que possui o saber, mas sim quem busca conhecer continuamente.
Já no período Medieval, a Filosofia tornou-se investigação racional posta a serviço da fé. Isso porque com o advento do cristianismo e sua adoção pelo Império Romano, bem como com o surgimento da Igreja Católica, desenvolveu-se um modelo de saber em que a razão discursiva justificaria a compreensão dos textos sagrados.
No período Clássico (Renascença e Modernidade), a Filosofia se confundiu com o estudo da sabedoria entendida como um perfeito conhecimento de tudo o que o homem pode saber para conduzir sua vida (moral), para conservar sua saúde (medicina) e criar todas as artes (mecânica). Hoje, no período que chamamos de contemporâneo ou pós-moderno, a Filosofia recebe várias acepções, dentre as quais estão:
- Uma correspondência do ser na linguagem;
- Análise crítica dos métodos utilizados nas ciências;
- Instrumento de crítica às formas dominantes de poder, bem como da tomada de conscientização do homem inserido no mundo do trabalho.
Vista dessa maneira, a Filosofia não pode ser confundida nem com o mito, nem com a ciência. Isso porque ao mesmo tempo em que exige análise, crítica, clareza, rigor, objetividade (como a ciência) percebe-se que os discursos em busca do conhecimento do todo são construídos na história segundo modelos de racionalidade que vão sendo revisados e substituídos com o tempo (o que a aproxima do mito). Ela permanece numa busca constante da sabedoria.

Fonte: Brasil Escola






10 de março de 2011

Carnaval, corpo e virgindade

O carnaval, apesar de ser considerado uma festa profana do prazer da carne, esteve sempre ligado ao sagrado desde a festa dos Reis até a Quarta-Feira de Cinzas. O carnaval é esperado com alegria, seja para a "festa da carne", seja para o descanso.
Depois do carnaval, as igrejas lotam. As cinzas recebidas lembram o pecado cometido e o valor do jejum, como meio de devolver a pureza, "perdida nas noites de prazer." O que significa tudo isto? Qual é o valor do corpo e da virgindade? Vale o prazer pelo prazer?

Na Igreja Católica, Maria é vista como símbolo de pureza virginal. Os Evangelhos canônicos (Mt, Mc, Lc e Jo) e os apócrifos (não-oficiais), com exceção de Filipe, defendem a virgindade de Maria, antes, durante e depois do parto. Quando nasceu Jesus, segundo os apócrifos, a virgindade de Maria foi testada e comprovada por Salomé. A vida pura e virginal de Maria no templo de Jerusalém é lembrada pela fé popular com a consagração de seus filhos. Quando Maria morre, virgens preparam seu corpo e seguem o cortejo. João, aquele que recebeu o encargo de cuidar de Maria, pôde levar a palma de virgindade de Maria, porque também se manteve virgem.

O exemplo de Maria nos ajuda a compreender o pensamento dos primeiros cristãos, ainda presente no meio de nós. A virgindade de Maria foi valorizada. A virgindade era fruto de um modo de pensar que desprezava o corpo. Os primeiros cristãos foram influenciados pelo pensamento dualista que pregava a separação entre alma e corpo, trevas e luz, vida e morte, Deus e o mundo.
Tudo o que pertencia ao mundo era desprezado, pois ele era uma armadilha dos poderes do mal. Deus, vivendo longe do mundo, não tinha como influenciar a vida espiritual das pessoas. O desafio do ser humano era tornar-se espiritual de verdade, abstendo-se da vida sexual ou de cair em desgraça total, nos prazeres do corpo. Pensava-se que a alma, tendo sua morada no céu, caiu no corpo. Um dia ela tinha que retornar ao céu. Na viagem de volta, se encontraria com o demônio, pronto para tomá-la. A única arma da alma para garantir a salvação seria a virgindade. Assim aconteceu com Maria. Ela foi assunta ao céu porque era virgem.

Se no passado o controle moral da Igreja sobre corpos provocou aberrações, hoje, as festas carnavalescas e outras atividades do gênero, supervalorizando o prazer do corpo, colocam o pêndulo do relógio no outro extremo. Em nossos dias, o carnaval é uma resposta ao "sagrado" desprezo do corpo orquestrado pelas Igrejas. Infelizmente, também de modo exagerado. Urge encontrar um meio termo. Nem oito, nem oitenta, mas uma vida pura, sem dualismo ou exageros. A pureza virginal vale. Vale também o prazer, feito de modo respeitoso e integrador.

Fr. Jacir de Freitas- O.F.M.
Do livro " As origens apócrifas do Cristianismo 

8 de março de 2011

A CAMINHO DA PÁSCOA DO SENHOR


A Quaresma, com início na Quarta-feira de Cinzas, é um tempo litúrgico muito importante para a nossa caminhada cristã. Ajuda as pessoas e as comunidades eclesiais a se prepararem dignamente para a celebração da Páscoa do Senhor.
O período quaresmal é tempo sobremaneira apropriado à conversão de vida e à renovação interior. Aliás, não há Quaresma sem conversão. Converter-se é separar-se do mal e voltar-se para o bem. É mudar radicalmente de vida e de critérios. A conversão radical insere-se no coração da vida. Exige gestos concretos de amor e de misericórdia, de partilha fraterna e de justiça. Podemos dizer que o cristão é um convertido em estado de conversão, pois a conversão dura, enquanto perdurar nosso peregrinar neste mundo.
Converter-se é procurar viver todos os dias a “vida nova”, da qual Cristo nos revestiu, transformando-nos Nele, para fazer um só corpo com Ele e com os irmãos.
Há em nós atitudes que devem morrer. Converter-se cada dia exige morrer aos poucos, sepultar-nos com Cristo para ressuscitarmos com Ele.
O amor de Deus chama-nos à conversão, a renunciar a tudo o que Dele nos afasta. O que mais nos afasta de Deus é o pecado. Pecar é estar no lugar errado, longe da amizade e da graça de Deus.
A conversão quaresmal significa, portanto, crescer na prática das virtudes cristãs. Somos sempre catecúmenos em formação permanente, progredindo no conhecimento e no amor de Cristo.
Ao longo da Quaresma, somos convidados a contemplar o Mistério da Cruz, entrando em comunhão com os seus sofrimentos, tornando-nos semelhantes a Ele na Sua morte, para alcançarmos a Ressurreição dentre os mortos (cf. Fl 3, 10-11). Isso exige uma transformação profunda pela ação do Espírito Santo, orientando nossa vida segundo a vontade de Deus, libertando-nos de todo egoísmo, superando o instinto de dominação sobre os outros e abrindo-nos à caridade de Cristo (cf. Bento XVI, Mensagem da Quaresma 2011).
O período quaresmal é ainda tempo favorável para reconhecermos a nossa fragilidade, abeirando-nos do trono da graça, mediante uma purificadora confissão de nossos pecados (cf. Hb 4, 16). Na Igreja “existem a água e as lágrimas: a água do Batismo e as lágrimas da penitência” (Santo Ambrósio). Vale a pena derramar essas lágrimas, através de uma boa confissão sacramental. Jesus convida à conversão. Este apelo é parte essencial do anúncio do Reino: “Convertei-vos e crede na Boa-Nova” (Mc, 1, 15).
O itinerário quaresmal é um convite à prática de exercícios espirituais, às liturgias penitenciais, às privações voluntárias como o jejum e a esmola, à partilha fraterna e às obras de caridade (cf. Catecismo da Igreja Católica, 1438). É igualmente um tempo forte de escuta mais intensa da Palavra de Deus e de oração mais assídua.
Quanto mais fervorosa for a prática dos exercícios quaresmais, maiores e mais abundantes serão os frutos que colheremos e hauriremos do Mistério de nossa redenção.
Também a vivência da Campanha da Fraternidade ajuda a fazermos uma boa preparação para a Páscoa. A CNBB propõe para este ano o tema “Fraternidade e a Vida no Planeta”, e como Lema: “A criação geme em dores de parto” (Rm 8, 22).Maria Santíssima, Mãe do Redentor, guie-nos neste itinerário quaresmal, caminho de conversão ao encontro pessoal com Cristo ressuscitado.
Com o coração voltado para Cristo, vencedor da morte e do pecado, vivamos intensamente o período santo e santificador da Quaresma.

Dom Nelson Westrupp, scj - Bispo Diocesano de Santo André – SP(fonte: http://senhorbomjesus.net)


3 de março de 2011

História da participação das mulheres na política


História da participação das mulheres na política
Durante grande parte da História do Brasil, as mulheres não tiveram participação na política, pois a elas eram negados os principais direitos políticos como, por exemplo, votar e se candidatar. Somente em 1932, durante o governo de Getúlio Vargas, as mulheres conquistaram o direito do voto. Também puderam se candidatar a cargos políticos. Nas eleições de 1933, a doutora Carlota Prereira de Queirós foi eleita, tornando-se a primeira mulher deputada federal brasileira.
Principais conquistas das mulheres na política brasileira
- Em 1932, as mulheres brasileiras conquistam o direito de participar das eleições como eleitoras e candidatas.
- Em 1933, Carlota Prereira de Queirós tornou-se a primeira deputada federal brasileira
- Em 1979, Euníce Michiles tornou-se a primeira senadora do Brasil.
- Entre 24 de agosto de 1982 e 15 de março de 1985, o Brasil teve a primeira mulher ministra. Foi Esther de Figueiredo Ferraz, ocupando a pasta da Educação e Cultura.
- Em 1989, ocorre a primeira candidatura de uma mulher para a presidência da República. A candidata era Maria Pio de Abreu, do PN (Partido Nacional).
- Em 1995, Roseana Sarney tornou-se a primeira governadora brasileira.
- Em 31 de outubro de 2010, Dilma Rousseff (PT - Partido dos Trabalhadores)  venceu as eleições presidenciais no segundo turno, tornando-se a primeira mulher presidente da República no Brasil

História do 8 de março

No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Objetivo da Data 
Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.
Conquistas das Mulheres Brasileiras Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo
Marcos das Conquistas das Mulheres na História 
  • 1788 - o político e filósofo francês Condorcet reivindica direitos de participação política, emprego e educação para as mulheres.
  • 1840 - Lucrécia Mott luta pela igualdade de direitos para mulheres e negros dos Estados Unidos.
  • 1859 - surge na Rússia, na cidade de São Petersburgo, um movimento de luta pelos direitos das mulheres.
  • 1862 - durante as eleições municipais, as mulheres podem votar pela primeira vez na Suécia.
  • 1865 - na Alemanha, Louise Otto, cria a Associação Geral das Mulheres Alemãs.
  • 1866 - No Reino Unido, o economista John S. Mill escreve exigindo o direito de voto para as mulheres inglesas
  • 1869 - é criada nos Estados Unidos a Associação Nacional para o Sufrágio das Mulheres
  • 1870 - Na França, as mulheres passam a ter acesso aos cursos de Medicina.
  • 1874 - criada no Japão a primeira escola normal para moças
  • 1878 - criada na Rússia uma Universidade Feminina
  • 1901 - o deputado francês René Viviani defende o direito de voto das mulheres