8 de novembro de 2012

Papa Bento XVI nomeia Padre Eraldo Bispo da Silva como 4º Bispo da Diocese de Patos

Fonte: http://www.patosonline.com

Na manhã de hoje quarta-feira, 07 de novembro, às 7h, o Papa Bento XVI nomeou Pe. Eraldo Bispo da Silva, pároco da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e Vigário Geral da Diocese de Barreiras, como o 4º Bispo para a Diocese de Patos na Paraíba.
A Diocese de Barreiras recebeu a notícia que foi por Dom Josafá Menezes da Silva em Missa celebrada na Catedral São João Batista, logo após a publicação feita pela Santa Sé. O Bispo diocesano presidiu a ação de graças e o Mons. Eraldo, o Pároco da Catedral, Padre Verneson, e outros Padres da Diocese de Barreiras concelebraram. Religiosas, Diáconos e muitos fiéis participaram da celebração.
A Diocese de Barreiras, nos seus 33 anos, tem pela segunda vez a satisfação de ver um Padre de seu presbitério, elevado ao ministério episcopal. Em 24 de abril de 2002 viveu a alegria semelhante com a nomeação do Padre Paulo Romeu Dantas, na época Pároco da Catedral de São João Batista, para Bispo Diocesano de Alagoinhas.
Depois de 27 anos de presença e missão passando por várias Paróquias e Coordenações Pastorais na Diocese de Barreiras Padre Eraldo deixa sua marca de disponibilidade apostólica, de um zelo muito grande pelo ministério sacerdotal, consciente de que sua missão é a do serviço ao Reino de Deus.
Pe. Eraldo nasceu no dia 13 de agosto de 1966, na cidade Monteiro na Paraíba. Filho de Pedro Moreira da Silva e Maria José Bispo Moreira é o 6º de oito filhos do casal.
Pe. Eraldo cursou as séries iniciais e 2º grau na Paraíba.
Desde a primeira comunhão começou perceber o chamado para consagração sacerdotal. Foi acompanhado por Religiosas, pelo Pároco de sua cidade e pelas lideranças das comunidades. Através de uma Religiosa entrou em contato com Dom Ricardo e por ele foi acolhido com entusiasmo em 17 de dezembro de 1985 na condição de candidato ao Seminário. No início de 1986 foi para o Seminário Santa Cruz de Goiânia onde cursou Filosofia e Teologia.
Foi ordenado Diácono dia 04 de agosto de 1992 na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em Barreiras e ordenado Sacerdote por Dom Ricardo Weberberger, no dia 24 de abril de 1993 na cidade de Monteiro na Paraíba.
Como Sacerdote na Diocese de Barreiras Pe. Eraldo exerceu as seguintes funções: Em 1993, Vigário Paroquial na Paróquia de Santa Rita de Cássia, 1994-1999, Administrador Paroquial da Paróquia Nossa Srª Aparecida de São Desidério e Coordenador do Vicariato IV, 1994-2003, Coordenador Diocesano da Pastoral do Dízimo, 1995-1996, Coordenador Diocesano da PJ, 1997-1999, Coordenador Diocesano de Pastoral, 1997-2005, fez acompanhamento dos Seminaristas da Diocese no Seminário de Goiânia, até o momento atual responsável pelos processos de Nulidade Matrimonial (Auditor), 1995-1999 e de 2002 até agora, Secretário do Conselho Presbiteral, 2000-2004, Pároco da Paróquia Senhora Santana em Riachão das Neves, 2003-2004, Coordenador de Diocesano de Pastoral e do Vicariato III, 2005 até agora, membro do Colégio dos Consultores e do Conselho Econômico da Diocese de Barreiras, 2005-2001, Pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida em Luís Eduardo Magalhães, 2008-2009, Coordenador do Vicariato IV, 2010 ao início de 2012, Coordenador Diocesano da Pastoral do Dízimo, 2010 até agora, membro da Equipe de Acompanhamento aos Seminaristas, 2010, Administrador Diocesano, 2011 até agora, Vigário Geral da Diocese de Barreiras, 2012, Pároco da Paróquia Nossa Srª do Perpétuo Socorro no Bairro Sandra Regina em Barreiras, 2012, Secretário Executivo da Comissão Diocesana de Justiça e Paz.
Realizou os seguintes cursos depois do Seminário: 2001-2002, Metodologia da Formação Presbiteral e Religiosa para Formadores na Universidade Católica de Salvador-BA - UCSAL e em 2002 foi em Direito Canônico no ITEPAL na Colômbia.
Mensagem de Pe. Eraldo
Caros irmãos e irmãs,
O Santo Padre o Papa Bento XVI através da Nunciatura Apostólica no Brasil, na data de 07 de novembro, me nomeou Bispo para a Diocese de Patos na Paraíba. Eu recebi como um chamado de Cristo por meio da Igreja e me dispus prontamente, pois embora seja uma tarefa árdua, não será assumida sem a Graça de Deus. Pensei em alegar fraqueza, limitação, mas logo fui confortado ao pensar naquela afirmação do Apóstolo Paulo: “Quando sou fraco, então é que sou forte”.
Patos é uma Diocese que foi criada pelo Papa João XXIII em 17 de janeiro de 1959; composta de 27 Paróquias numa área de 11.000Km² com uma população de aproximadamente 400.000 habitantes. E um índice de 92,5% de católicos. Eu serei o 4º Bispo daquela Diocese. A padroeira da Diocese e da Catedral é Nossa Srª da Guia, celebrada festivamente no dia 24 de setembro.
Depois de 27 anos nesta amada Igreja de Barreiras, sendo 20 anos como Sacerdote, tendo assumido muitas atividades, Paróquias e comunidades, tenho o coração repleto de gratidão e alegria.
Agradeço a todos(as) pelo carinho percorrido com todas as situações próprias de quem se põe a caminho. Mesmo quando a alegria do Evangelho foi interrompida pelas limitações humanas.
Irei para a Diocese de Patos com a riqueza que a Igreja de Barreiras, seus Bispos, Padres, Diáconos, Seminaristas, Religiosas(os), Animadores(as) de tantas comunidade e todo o povo de Deus, me concedeu nestes longos anos da minha vocação.
São João Batista nos abençoe e Nossa Senhora seja a nossa guia.
Barreiras, 07 de novembro de 2012.


Padre Eraldo Bispo da Silva
Bispo eleito para a Diocese de Patos-PB

5 de agosto de 2012

História da Paraíba



Raul Medeiros
A História da Paraíba começa antes do descobrimento do Brasil, quando o litoral do atual território do estado era povoado pelos índios potiguaras. A província tornou-se estado com a proclamação da República, em 15 de novembro de 1889.
Antecedentes da conquista da Paraíba
Demorou um certo tempo para que Portugal começasse a explorar economicamente o Brasil, uma vez que os interesses lusitanos estavam voltados para o comércio de especiarias nas Índias, e além disso, não havia nenhuma riqueza na costa brasileira que chamasse tanta atenção quanto o ouro, encontrado nas colônias espanholas, minério este que tornara uma nação muito poderosa na época.
Devido ao desinteresse lusitano, piratas e corsários começaram a extrair o pau-brasil, madeira muito encontrada no Brasil-colônia, e especial devido a extração de um pigmento, usado para tingir tecidos na Europa. Esses invasores eram em sua maioria franceses, e logo que chegaram no Brasil fizeram amizades com os índios, possibilitando entre eles uma relação comercial conhecida como "escambo", na qual o trabalho indígena era trocado por algum produto de valor muito baixo ou até sem valor comercial.
Com o objetivo de povoá-la, a colônia portuguesa foi dividida em quinze capitanias, para doze donatários. Entre elas destacam-se a capitania de Itamaracá, a qual se estendia do rio Santa Cruz até a Baía da Traição. Inicialmente essa capitania foi doada à Pero Lopes de Sousa, que não pôde assumir, vindo em seu lugar o administrador Francisco Braga, que devido a uma rivalidade com Duarte Coelho, deixou a capitania em falência, dando lugar a João Gonçalves, que realizou algumas benfeitorias na capitania como a fundação da Vila da Conceição e a construção de engenhos.
Após a morte de João Gonçalves, a capitania entrou em declínio, ficando à mercê de malfeitores e propiciando a continuidade do contrabando de madeira.
Em 1574 aconteceu um incidente conhecido como "Tragédia de Tracunhaém", no qual índios mataram todos os moradores de um engenho chamado Tracunhaém em Pernambuco, próximo a Goiana. Esse episódio ocorreu devido ao rapto e posterior desaparecimento de um índia, filha do cacique potiguar, no Engenho Tracunhaém. Após receber a comitiva constituída pela índia e seus irmãos, vindos de viagem, após resgatar a índia raptada, para pernoite em sua casa, um senhor de engenho, Diogo Dias, provavelmente escondeu-a, de modo que quando amanheceu o dia a moça havia desaparecido e seus irmãos voltaram para sua tribo sem a índia. Seu pai ainda apelou para as autoridades, enviando emissários a Pernambuco sem o menor sucesso. Os franceses que se encontravam na Paraíba estimularam os potiguaras à luta. Pouco tempo depois, todos os chefes potiguaras se reuniram, movimentaram guerreiros da Paraíba e do Rio Grande do Norte e atacaram o engenho de Diogo Dias. Foram centenas de índios que, ardilosamente, se acercaram do engenho e realizaram um verdadeira chacina a morte de todos que encontraram pela frente: proprietários, colonos e escravos, seguindo-se o incêndio do engenho.

A conquista e fundação da Paraíba
Expedições para a conquista
Quando o governador-geral D. Luís de Brito recebeu a ordem para separar Itamaracá, recebeu também do rei de Portugal a ordem de punir os índios responsáveis pelo massacre, expulsar os franceses e fundar uma cidade. Assim começaram as cinco expedições para a conquista da Paraíba. Para isso o rei D. Sebastião mandou primeiramente o ouvidor-geral D. Fernão da Silva.
I Expedição (1574): O comandante desta expedição foi o ouvidor-geral D. Fernão da Silva. Ao chegar no Brasil, Fernão tomou posse das terras em nome do rei sem que houvesse nenhuma resistência, mas isso foi apenas uma armadilha. Sua tropa foi surpreendida por indígenas e teve que recuar para Pernambuco.
II Expedição (1575): Quem comandou a segunda expedição foi o governador-geral, D. Luís de Brito. Sua expedição foi prejudicada por ventos desfavoráveis e eles nem chegaram sequer às terras paraibanas. Três anos depois outro governador-geral Lourenço Veiga, tenta conquistar a o Rio Paraíba, não obtendo êxito.
III Expedição (1579): Ainda sob forte domínio "de fato" dos franceses, foi concedida, por dez anos, ao capitão Frutuoso Barbosa a capitania da Paraíba, desmembrada de Olinda. Essa idéia só lhe trouxe prejuízos, uma vez que quando estava vindo à Paraíba, caiu sobre sua frota uma forte tormenta e além de ter que recuar até Portugal, ele perdeu sua esposa .
IV Expedição (1582): Com a mesma proposta imposta por ele na expedição anterior, Frutuoso Barbosa volta decidido a conquistar a Paraíba, mas cai na armadilha dos índios e do franceses. Barbosa desiste após perder um filho em combate.
V Expedição (1584): Após a sua chegada à Paraíba, Frutuoso Barbosa capturou cinco navios de traficantes franceses, solicitando mais tropas de Pernambuco e da Bahia para assegurar os interesses portugueses na região. Nesse mesmo ano, da Bahia vieram reforços através de uma esquadra comandada por Diogo Flores de Valdés, e de Pernambuco tropas sob o comando de D. Filipe de Moura. Conseguiram finalmente expulsar os franceses e conquistar a Paraíba. Após a conquista, eles construíram os fortes de São Tiago e São Filipe.
 Conquista da Paraíba
Para as jornadas, o ouvidor-geral Martim Leitão formou uma tropa constituída por brancos, índios, escravos e até religiosos. Quando aqui chegaram se depararam com índios que sem defesa, fogem e são aprisionados. Ao saber que eram índios tabajaras, Martim Leitão manda soltá-los, afirmando que sua luta era contra os potiguaras (rivais dos Tabajaras). Após o incidente, Leitão procurou formar uma aliança com os Tabajaras, que por temerem outra traição, a rejeitaram

Depois de um certo tempo Leitão e sua tropa finalmente chegaram ao Forte de São Filipe, ambos em decadência e miséria devido as intrigas entre espanhóis e portugueses. Com isso Martim Leitão nomeou o espanhol conhecido como Francisco de Castrejón para o cargo de Frutuoso Barbosa. A troca só fez piorar a situação. Ao saber que Castrejón havia abandonado, destruído o Forte e jogado toda a sua artilharia ao mar, Leitão o prendeu e o enviou de volta à Espanha.
Quando ninguém esperava, os portugueses unem-se aos Tabajaras, fazendo com que os potiguaras recuassem. Isto se deu no início de agosto de 1585. A conquista da Paraíba se deu no final de tudo através da união de um português e um chefe indígena chamado Pirajibe, palavra que significa "braço de peixe".[carece de fontes?]
 Fundação da Paraíba
Martim Leitão trouxe pedreiros, carpinteiros, engenheiros e outros para edificar a Cidade de Nossa Senhora das Neves. Com o início das obras, Leitão foi a Baía da Traição expulsar o resto dos franceses que permaneciam na Paraíba. Leitão nomeou João Tavares para ser o capitão do Forte. Na Paraíba teve-se a terceira cidade a ser fundada no Brasil e a última do século XVI. Primeiras vilas da Paraíba na época colonial
Com a colonização foram surgindo vilas na Paraíba. A seguir temos algumas informações sobre as primeiras vilas da Paraíba.
         Areia
Conhecida antigamente pelo nome de Bruxaxá, Areia foi elevada à freguesia com o nome de Nossa Senhora da Conceição pelo Alvará Régio de 18 de maio de 1815. Esta data é considerada também como a de sua elevação à vila. Sua emancipação política se deu em 18 de maio de 1846, pela lei de criação número 2. Hoje, Areia se destaca como uma das principais cidades do interior da Paraíba, principalmente devido seu passado historico.
OBS: A cidade de Areia também é conhecida por ter libertados os escravos antes da Lei Aurea (liberdade aos escravos)
Sua colonização teve início em 1697. O capitão-mor Teodósio de Oliveira Lêdo instalou na região um povoado. Os indígenas Ariús formaram uma aldeia. Em volta dessa aldeia surgiu uma feira nas ruas por onde passavam camponeses. Percebe-se então que as características comerciais de Campina Grande nasceram desde sua origem. Campina foi elevada à freguesia em 1769, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição. Sua elevação à vila com o nome de Vila Nova da Rainha se deu em 20 de abril de 1790. Hoje, Campina Grande é a maior cidade do interior do Nordeste em diversos aspectos.
O início de seu povoamento aconteceu no final do século XVI, quando fazendas de gado foram encontradas pelos holandeses. Hoje uma cidade sem muito destaque na Paraíba, foi elevada à vila em 5 de janeiro de 1765. Pilar originou-se a partir da Missão do Padre Martim Nantes naquela região. Pilar foi elevada à município em 1985, quando o cultivo da cana-de-açúcar se tornou na principal atividade da região.
         Pombal
No final do século XVII, Teodósio de Oliveira Lêdo realizou uma entrada através do rio Piranhas. Nesta venceu o confronto com os índios Pegas e fundou ali uma aldeia que inicialmente recebeu o nome do rio, "Piranhas". Devido ao sucesso da entrada não demorou muito até que passaram a chamar o local de Nossa Senhora do Bom Sucesso, em homenagem a uma santa. Em 1721 foi construída no local a Igreja do Rosário, em homenagem à padroeira da cidade considerada uma relíquia histórica nos dias atuais. Sob força de uma Carta Régia datada de 22 de junho de 1766, o município passou a se chamar Pombal, em homenagem ao famoso Marquês de Pombal. Foi elevada à vila na terceira semana de maio de 1772, data hoje considerada como sendo também a da criação do município.
A região territorial de São João do Cariri já chegou a atingir mais de 1/3 do atual estado da Paraíba, pois, além do sertão e do Cariri, pertencia-lhe Campina Grande e as suas atuais microrregiões do Agreste da Borborema.O território do município era habitado pela família nativa Cariri até meados do século XVII. Em 1669 com a doação de uma sesmaria por Alferes José Alves Martins, teve origem o sítio São João. Foi elevado a vila no ano de 1800. São João do Cariri hoje é um Município pequeno, porém o município tem uma bela cultura.
Hoje a sexta cidade mais populosa do estado da Paraíba e dona de um dos mais importantes sítios arqueológicos do país, o "Vale dos Dinossauros", Sousa era um povoado conhecido por "Jardim do Rio do Peixe". A terra da região era bastante fértil, o que acelerou rapidamente o processo de povoamento e progresso do local. Em 1730, já viviam aproximadamente no vale 1.468 pessoas.
         Sousa foi elevada à vila com o nome atual em homenagem ao seu benfeitor, Bento Freire de Sousa, em 22 de julho de 1766. Sua emancipação política se deu em 10 de julho de 1854.

 Primeiros capitães-mores
         João Tavares
         João Tavares foi o primeiro capitão-mor, ao qual governou de 1585 a 1588 a Capitania da Paraíba. João Tavares foi encarregado pelo ouvidor-geral, Martim Leitão, de construir uma nova cidade. Para edificação dessa cidade, vieram 25 cavaleiros, além de pedreiros e carpinteiros, entre outros trabalhadores do gênero. Chegaram também jesuítas e outras pessoas para residir na cidade.
Foi fundado por João Tavares o primeiro engenho, o d'El-Rei, em Tibiri, e o forte de São Sebastião, construído por Martim Leitão para a proteção do engenho. Os jesuítas ficaram responsáveis pela catequização dos índios. Eles ainda fundaram um Centro de Catequese e em Passeio Geral edificaram a capela de São Gonçalo.
O governo de João Tavares foi demasiadamente auxiliado por Duarte Gomes da Silveira, natural de Olinda. Silveira foi um senhor de engenho e uma grande figura da Capitania da Paraíba durante mais de 50 anos. Rico, ajudou financeiramente na ascensão da cidade. Em sua residência atualmente se encontra o Colégio Nossa Senhora das Neves.
Apesar de ter se esforçado muito para o progresso da capitania, João Tavares foi posto para fora em 1588, devido à política do Rei.
 Frutuoso Barbosa
Devido à grande insistência perante a corte e por defender alguns direitos, Frutuoso Barbosa foi, em 1588, nomeado o novo capitão-mor da capitania da Paraíba, auxiliado por D. Pedro Cueva, ao qual foi encarregado de controlar a parte militar da capitania.
Neste mesmo período, chegaram alguns Frades Fransciscanos, que fundaram várias aldeias e por não serem tão rigorosos no ensino religioso como os Jesuítas, entraram em desentendimento com estes últimos. Esse desentendimento prejudicou o governo de Barbosa, pois aproveitando-se de alguns descuidos, os índios Potiguaras invadiram propriedades. Vieram em auxílio de Barbosa o capitão-mor de Itamaracá, com João Tavares, Piragibe e seus índios. No caminho, João Tavares faleceu de um mal súbito. Quando o restante do grupo chegou à Paraíba, desalojou e prendeu os Potiguaras.
Com o objetivo de evitar a entrada dos franceses, Barbosa ordenou a construção de uma fortaleza em Cabedelo. Piragibe iniciou a construção do forte com os Tabajaras, porém, devido a interferência dos Jesuítas, as obras foram concluídas pelos fransciscanos e seus homens.
Em homenagem a Felipe II, da Espanha, Barbosa mudou o nome da cidade de Nossa Senhora das Neves para Felipéia de Nossa Senhora das Neve, atual João Pessoa. Devido às infinitas lutas entre o capitão Pedro Cueva e os Potiguaras e os desentendimentos com os Jesuítas, houve a saída da Cueva e a decisão de Barbosa de encerrar o seu governo, em 1591.
         André de Albuquerque Maranhão
André de Albuquerque governou apenas por um ano. Nele, expulsou os Potiguaras e realizou algumas fortificações. Entre elas, a construção do Forte de Inhobin para defender alguns engenhos próximos a este rio. Ainda nesse governo os Potiguaras incendiaram o Forte de Cabedelo. O governo de Albuquerque se finalizou em 1592.
         Feliciano Coelho de Carvalho
Em seu governo realizou combates na Capaoba, houve paz com os índios, expandiu estradas e expulsou os fransciscanos. Terminou seu governo em 1600.
 As ordens religiosas da capitania da Paraíba e seus mosteiros
 Os Jesuítas
Os jesuítas foram os primeiros missionários que chegaram à capitania da Paraíba, acompanhando todas as suas lutas de colonização. Ao mando de Frutuoso Barbosa, os jesuítas se puseram a construir um colégio na Felipéia. Porém, devido a desavenças com os fransciscanos, que não usavam métodos de educação tão rígidos como os jesuítas, a idéia foi interrompida. Aproveitando esses desentendimentos, o rei que andava descontente com os jesuítas pelo fato de estes não permitirem a escravização dos índios, culpou os jesuítas pela rivalidade com os fransciscanos e expulsou-os da capitania.
Cento e quinze anos depois, os jesuítas voltaram à Paraíba fundando um colégio onde ensinavam latim, filosofia e letras. Passado algum tempo, fundaram um Seminário junto à igreja de Nossa Senhora da Conceição. Atualmente essa área corresponde ao jardim Palácio do Governo.
Em 1728, os jesuítas foram novamente expulsos. Em 1773, o Ouvidor-Geral passou a residir no seminário onde moravam os jesuítas, com a permissão do Papa Clementino XIV.
         Os Franciscanos
Atendendo a Frutuoso Barbosa, chegaram os padres franciscanos, com o objetivo de catequizar os índios.
O Frei Antônio do Campo Maior chegou com o objetivo de fundar o primeiro convento da capitania. Seu trabalho se concentrou em várias aldeias, o que o tornou importante. No governo de Feliciano Coelho, começaram alguns desentendimentos, pois os franciscanos, assim como os jesuítas, não escravizavam os índios. Ocorreu que depois de certo desentendimentos entre os franciscanos, Feliciano e o governador-geral, Feliciano acabou se acomodando junto aos frades.
A igreja e o convento dos franciscanos foram construídos em um sítio muito grande, onde atualmente se encontra a praça São Francisco.
 Os Beneditinos
O superior geral dos beneditinos tinha interesse em fundar um convento na Capitania da Paraíba. O governador da capitania recebeu o abade e conversou com o mesmo sobre a tal fundação. Resolveu doar um sítio, que seria a ordem do superior geral dos beneditinos. A condição imposta pelo governador era que o convento fosse construído em até 2 anos. O mosteiro não foi construído em dois anos, mesmo assim, Feliciano manteve a doação do sítio.
A igreja de São Bento se encontra atualmente na Rua Nove, onde ainda há um cata-vento em lâmina, construído em 1753.
Os Missionários Carmelitas Os carmelitas vieram à Paraíba a pedido do cardeal D. Henrique, em 1580. Mas devido a um incidente na chegada que colheu os missionários para diferentes direções, a vinda dos carmelitas demorou oito anos.
Os carmelitas chegaram à Paraíba quando o Brasil estava sob domínio espanhol. Os carmelitas chegaram, fundaram um convento e iniciaram trabalhos missionários. A história dos carmelitas aqui é incompleta, uma vez que vários documentos históricos foram perdidos nas invasões holandesas.
Frei Manuel de Santa Teresa restaurou o convento depois da Revolução Francesa, mas logo depois este foi demolido para servir de residência ao primeiro bispo da Paraíba, D. Adauto de Miranda Henriques. Pelos carmelitas foi fundada a Igreja do Carmo.
 Anexação por Pernambuco
As capitanias da Paraíba e do Ceará foram anexadas à Pernambuco em 1755. A capitania do Rio Grande do Norte já era subordinada a esta última, de modo que a preponderância econômica de Pernambuco em todo o Nordeste Oriental se fez naquele período igualmente política.
Em 1756, de acordo com os planos de reestruturação econômica do Império Português, realizado pelo Marquês de Pombal, foi criade madeira de lei, foi despachada para Pernambuco e dali embarcada para reconstruir a Capital do Reino (Lisboa), destruída pelo terremoto de 1755. As madeiras eram ainda destinadas aos armazéns da Marinha Real onde foram empregadas na construção de navios de grande calado.
O relativo crescimento econômico da Capitania motivava as queixas tanto da Câmara da Capital, quanto do governador, que reivindicava a criação de um governo autônomo na Paraíba, desligando-o de Pernambuco. O então governador não aceitava ter sua autoridade a todo tempo contestada pelo Capitão-General de Pernambuco, que o impedia de castigar convenientemente seus inimigos; o pároco da matriz da capital, Antônio Soares Barbosa e Bento Bandeira de Melo, Escrivão da Fazenda Real e das demarcações de terras a quem acusava de continuadamente desrespeitá-lo nas cerimônias públicas. A maior queixa do governador da Paraíba era que para realizar qualquer ato administrativo ou de outra natureza, por mais nsignificante que fosse, tinha que se reportar ao General de Pernambuco.
Após a morte de Jerônimo José de Melo e Castro, Fernando Delgado Freire de Castilho, que conseguiria ser o primeiro governador da Capitania, em vias de ser outra vez independente, foi designado pelo Conselho Ultramarino para averiguar se ao cumprimento das ordens régias e à arrecadação das rendas reais era mais vantajoso manter a Capitania anexada a Pernambuco ou criar nela um governo próprio, ao que o governador respondeu com a elaboração de um circunstanciado relatório em que descreve a situação da Capitania e por fim dá um parecer favorável a desanexação.
O relatório de Fernando Delgado, foi enviado a Lisboa a nove de janeiro de 1799, tendo finalmente chegado a Carta Régia que separava a Capitania da Paraíba da de Pernambuco, em Recife, a 17 de janeiro do mesmo ano, o que demonstra a intenção de separar as duas capitanias, pois o relatório ainda não havia chegado a Lisboa quando a carta da desanexação chegou a Recife. Na referida carta, os motivos alegados para a desanexação foram o aumento da população, cultura e comércio da capitania e a distância e ignorância do General de Pernambuco sobre os assuntos internos da Paraíba. Sendo assim, o Príncipe Regente ordenou a desanexação e o estabelecimento do comércio direto entre a capitania e o reino, mas manteve sob o controle de Pernambuco a responsabilidade pela defesa externa e interna da capitania.